Convento de Cristo


História:
As terras de Tomar foram doadas em 1160 por D. Afonso Henriques, fundador de Portugal, aos templários após o auxílio dado na reconquista, sido então mandado construir o Castelo por Gualdim Pais. O castelo foi construído em posição avançada sobre a linha de fronteira desenhada então pelo rio Tejo, em simultâneo construía-se também o convento, tornando-se assim a sede da ordem do templo em Portugal.
A estrutura fortificada revela soluções inéditas importadas do médio oriente, como a base da muralha inclinada, alambor, e a primeira torre de menagem construída em Portugal.
Com a forma invulgar de rotunda, a Charola era a igreja do convento, o seu desenho circular terá sido baseado em São Sepulcro em Jerusalém. As muralhas envolviam a al medina, antiga povoação árabe, transferida para o exterior no sec. XVI por ordem de D. Manuel.
Em 1312 a ordem foi extinta pelo Papa Clemente V, surgindo assim em Portugal uma nova ordem, a Ordem de Cristo, fundada por D. Dinis, para a qual transferiu o rico património dos templários. Em 1420 sobre administração do Infante D. Henrique, beneficiando dos conhecimentos, tecnologias e riquezas financiou os Descobrimentos Portugueses. Entre o castelo e a charola construiu um Paço onde residiu e acrescentou dois claustros ao convento. Adoçado à charola foi construído o novo corpo da igreja, encomendado por D. Manuel ao Arquitecto Diogo de Arruda em 1510 num contexto de forte afirmação do poder régio e renovação de gosto. O coro alto foi terminado em 1515 com a construção da abobada por João de Castilho. Adaptada à capela-mor, a charola foi enriquecida por exuberante programa decorativo aludindo a vida e paixão de Cristo e às dores de Maria. Das 14 pinturas de Jorge Afonso apenas se conservam 7.
D. Manuel construiu ainda a casa do capítulo para as reuniões dos cavaleiros da Ordem de Cristo em Portugal. Não chegou a ter cobertura.
Em 1529, D. João III determinou uma grande reforma da Ordem de Cristo que perdeu a vocação militar regressando à pureza espiritual original. O convento ganhou assim uma dimensão grandiosa, um enorme corpo conventual com quatro grandes corpos foi construído por João de Castilho introduzindo a nova linguagem do renascimento e uma utilização racional dos espaços. Os dormitórios de dois andares faziam uma cruz entre os claustros, nos cruzamentos ficava o cruzeiro onde Castilho mais se aproxima de modelos clássicos.
A divisão dos vários aspectos da vida conventual, estudo, hospedagem, administração, caridade, reflectia-se na distribuição dos espaços organizados em torno de cada claustro.
A Dinistia Filipina prosseguiu as obras no convento construindo a sacristia nova e a capela dos Portocarrero.
O aqueduto construído para abastecer o convento foi terminado em 1619 para a visita de Filipe III de Espanha.
Depois da Restauração da Independia, D. Pedro II mandou construir o corpo do Hospital, num estilo despojado e simples é o último acrescento ao conjunto monástico.
A Mata dos 7 montes estende-se por 39hectares formando a cerca do convento.
Nos dias de hoje, o Convento de Cristo, mantem a integridade do espaço.

Convento de Cristo como Património Mundial.

O Convento de Cristo em Tomar foi classificado como Património da Humanidade em 1983.
Os critérios para a atribuição desta classificação, entre outros, o reconhecimento da originalidade do bem cultural, associada ao génio criativo da humanidade.
No caso do Convento, esta justificação baseia-se, sobretudo na existência do “oratório” dos templários, visto ser um raro exemplar existente e na “janela ocidental” da nave manuelina que constitui a primeira síntese das artes europeia e oriental.
Além destes dois factores, existe o complexo monástico, um dos maiores da Europa, que se encontra enquadrado com a paisagem.

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